por: Maggie
Olá Caríssimos ETs.
Sejam muito bem-vindos ao Planeta Maggie.
Hoje. 16 de Novembro de 2022. Faz 100 anos o escritor prémio Nobel da Literatura de 1998 e prémio Camões de 1995. Sim falo de José Saramago. Sim falo do seu romance "Memorial do Convento". Ora quem andou ou anda nas escolas portuguesas sabe que no 12º ano vai ler ou já leu este belo livro do Saramago.
Por isso. A proposta que vos trago hoje. É de falar das minhas percepções depois da releitura que fiz este ano do "Memorial do Convento".
Ora eu à cerca de 10 anos que tive o primeiro contacto com o livro. Este ano quando soube que o Saramago fazia 100 anos decidi ler a luz das minhas próprias percepções. Então cá estamos sem mais rodeios.
"Memorial do Convento" foi publicado em 1982.
O Convento de Mafra é o epicentro deste grande romance. Escrito por uma figura. Das mais fascinantes. Da escrita Portuguesa. Com um estilo único. Com grande capacidade de escrever a verdade.
Sobre a verdade. Saramago começa o "Memorial do Convento" com uma subtil desconstrução histórica e que puxa o leitor a mergulhar na época. Ao ler o livro parece que estamos a viver e a presenciar aquele tempo. Aqueles acontecimentos. Isso acontece no livro todo.
Há 2 planos neste romance. O plano histórico e o plano da ficção. No primeiro plano. Que até abre o romance. O plano histórico anda a volta da promessa e da construção de um convento na vila de Mafra. Caso o rei consiga engravidar a rainha. Mas neste lado histórico também anda a volta da vida da família real da época. Bem como da própria época.
A historia sendo um romance é entre Baltazar e Blimunda. Que estão no plano da ficção. Duas pessoas do povo com características especiais. E coloco bem a palavra especial. Como digo se no plano histórico anda a volta de um Portugal da época com uma família real a prometer e a concretizar a construção de um palácio / convento em Mafra. No plano da ficção temos este desenrolar do romance entre Baltazar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas. Mas também a construção de algo muito a frente para a época protagonizado pelo padre Bartolomeu de Gusmão.
E mais não digo sobre a história. Deixo uma video da Tatiana Feltrin em português do Brasil. Que fala da história com um outro olhar e perspectiva.
Agora sobre Saramago. Não sei se e um génio ou um ser a frente do seu tempo. Mas este livro não tem falhas e tem tudo. Mas tudo mesmo do Saramago. O 12º ano para mim foi algo fascinante na disciplina de português. Foi Fernando Pessoa e José Saramago. Faltando apenas Eça de Queiroz. Para completar. Do meu ponto de vista. O trio Odemira da escrita em português. Não digo isto do trio Odemira no sentido negativo. Muito antes pelo contrário. Cada um no seu estilo é certo. Mas com um olhar na posteridade. Digo-vos enquanto houver pessoas a falar português vão falar de Fernando Pessoa. José Saramago e Eça de Queiroz.
Devem reparar que não inclui o Luis Vaz de Camões. Esse é outro nível. É o pai da nossa língua e pátria que é o português.
José Saramago não só respeitou isso como fez subir mais um nível ao nosso idioma com o Nobel da literatura.
Parabéns José Saramago. Quer esteja onde estiver...
E a vossa opinião? O que acham do "Memorial do Convento"?
Este livro de José Saramago insere-se no projecto #DiáriodoCalhamaçoLeitura.
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